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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LAURA VIRGÍNIA

( BRASIL – PARÁ )

Nasceu em Belém (Pará), viveu sua infância no Rio de Janeiro
e mora em Brasília desde 1982.
É bailarina, escritora, diretora, coreógrafa, performer e cantora.
Tem graduação em Letras pela Universidade de Brasília (UnB).
Fundou, dirige e integra o grupo de dança Margaridas.

 

LAURA VIRGÍNIA.  BUQUÊ.  Capa e projeto gráfico e ilustrações em cores :Erika Pacheco. Fotografia da orelha:   Cícero Bezerra.  Brasília: Editora e Livraria Esquina da Palavra, 2007.  92 p.     21 cm.   No. 10 992   Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doado pelo amigo (livreiro) Brito.  

Ilustração de Erika Pacheco: 

 

RAINHA

Eu rio
eu gargalho bem alto
alardeando
sim, meu riso
é prece
é chamado
é abertura
é alegria
é coragem
de ter-me apropriado de meu espaço
do meu corpo
de minha pele
das invasões à minha vagina
da minha transformação
no campo de mil possibilidades
onde todas as flores

têm a cor da diferença
cuidadas por mulheres
guerreiras de sangue
vibrante vivo — Viva!
estou vivendo
viverei mais e mais
até a força das minhas ancas grandes
tomarem se raízes
apoderando-me do poder real
apagando todo
orgulho, raiva e
separatividade da terra.


SUICÍDIO

Aqui se inicia
uma viagem clara para encantação
Nada oferto além das mortes
dessas morte de que me alimento
O que nos espera por detrás da noite?
Noite.
A espera das vidas que passam
Da alucinação de que me alimento.
Por detrás da noite
me alimento de mortes
que me dão prazer
e nada oferto.
Assim inicia a terrível magia:
Piso a manhã caída no cimento
como flor violentada. 

 

LA BARCA

Entra e se divirta.
Apodere-se a minha mente.
Estou totalmente entregue.
A tudo e a todos
Venham, venham criaturas.
Batam, batam no ritmo no ritmo
das coisas insondáveis.
Estou na sombra do sombrio
e aparecem as vertigens.
Estou no caminho.
Esqueço a rosa e o branco
entro no sombrio e no escuro.
Ponho a máscara.
A armadilha.
Espero o ratinho pegar a isca e...
Zás!
Rápido estou na armadilha,
solta no espaço.
O silêncio pulsa no meu sangue.
Sinto a violência crescer no meu íntimo.
Começo a sair do abismo.
Caldeirão de La Barca
daqui saio EU!

 


*
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Página publicada em outubro de 2024

 

 

 
 
 
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